segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

E o Neymar será número 1 do mundo?

Em recente entrevista para TV espanhola Neymar disse que não se preocupa em ser o melhor jogador do mundo, que o importante é estar feliz e jogando em alto nível, o resto é consequência.



Há dois cenários que se projetam para a carreira de Neymar neste momento: 1) continuar como está, sendo coadjuvante de Messi e Cristiano Rolando, e estar sempre figurando entre 10 melhores do mundo. 2) Mudar sua postura dentro e fora de campo e lutar para ser melhor do mundo.

Se o Neymar escolher ficar como está, devemos lembrar que isso não se trata de uma decisão medíocre, afinal estamos falando de um jovem que está entre os melhores do mundo em sua profissão e que brilha com a camisa da seleção do seu país. Ou seja, estamos tratando de um profissional acima da média, de um craque!!!

Porém, se o craque brasileiro quer ter o seu nome entre os melhores da história do futebol mundial, é necessário mudar a postura dentro e fora dos gramados. As lendas do esporte atuaram em alto nível por muitos anos, foi assim com Pelé, com Maradona e está sendo com Messi e Cristiano Ronaldo. Pelé, no Brasil, foi um ponto fora da curva, pois muitos atletas poderiam estar em outro patamar na história se não fosse o comodismo e a "malandragem". Robinho, Ronaldinho Gaúcho, Garrincha, Adriano, Romário, foram jogadores sensacionais, e cada um a sua medida poderiam ter sido muito mais do que foram se existisse o comprometimento com a vida de atleta a longo prazo.

Quando Romário voltou da Espanha para atuar no Flamengo disse uma vez que os treinamentos para ele não eram necessários. Renato Gaúcho disse ao ganhar a Copa do Brasil que quem sabe não precisa se atualizar. A cultura do futebol brasileiro sempre se permeou no talento, esquecendo-se do treinamento/comprometimento, o resultado disso todos sabem no Mineirasso! O talento é a curto prazo, o comprometimento somado ao talento é a longo prazo.

Neymar pelo que dizem é comprometido nos treinos, e talento todos sabemos que possui de sobra. Para ser número 1 precisará de mais elementos: mais gols, mais partidas decisivas, mais foco, mais comprometimento, mais um pouquinho de tudo. O brasileiro terá de decidir por qual caminho irá. Hoje, como o próprio discurso diz, está feliz do modo que está. Não há mal nenhum nisso, afinal como foi dito, já estamos falando de jogadores sensacionais. Mas se ele almejar um dia uma posição ainda mais elevada, e tem talento para isso, terá de ir contra a velha cultura brasileira.


sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

O Corinthians é a cara do Brasil

Em 2007 o Corinthians colheu os frutos (amargos) da péssima parceria com a MSI. Essa parceria se iniciou com o então presidente Alberto Dualib, uma dessas figuras que se assemelham com Euricos Mirandas da vida, e que por sua vez, se assemelham muito com nossos políticos. Se acham acima de lei, ou até mesmo a lei. O modo de gestão do futebol dos mesmos ainda se baseia em relações cordiais, paternalistas e centralizadoras, o que vai na contra mão das atuais gestões profissionais, que um dos aspectos que a formam é o salário a direção do clube, tentando evitar assim a corrupção.




Em 2008 se inicia a era Andrés Sanches e a preparação de um projeto que culminaria com o titulo mundial em 2012. Foi tudo planejado? Não sei dizer se houve um plano traçado de objetivos e trabalho igualmente feito pela Alemanha quando perdeu a Copa do Mundo para o Brasil em 2002. Mas fato é: o Corinthians seguiu uma filosofia, mesmo que inconscientemente. Com a vinda de Mano Meneses, o time se caracterizou por jogar fechado, com linhas próximas, passes curtos (poucos chutões) e contra-ataques eficientes. Em campo, se iniciou a trajetória de excelentes duplas de volantes, que eram a engrenagem dos times. O primeiro volante sempre protegendo a zaga e o segundo ótimo infiltrador. Ralf, Elias, Cristian, Jucilei, Paulinho, Bruno Henrique foram os principais nomes.

Fora de campo, Andres Sanches se caracterizava por uma administração mista, é uma dessas figuras centralizadoras, um politico da cabeças aos pés, porém um ser arrojado, com a visão do mundo corporativo, de um grande empresário. Foi arrojado ao trazer Ronaldo, elevou o nome do Corinthians no mundo inteiro, trouxe grandes investimentos, fez bons times e construiu um moderno CT. As seguidas administrações do clube com, Mario Gobbi e Roberto de Andrade, deram, de certa forma, continuidade ao trabalho de Andres, até porque eram da mesma chapa. Esta continuidade fez com que Andres Sanches sempre atuasse nos bastidores do Corinthians. Este é problema das gestões não profissionalizadas, os diretores começam a se apoderar do clube e usa-lo ao seu bel prazer. Disso começa uma série de escândalos.

Cenário atual. A oposição quer o impeachment de Roberto de Andrade. Nos bastidores Andres articula sua volta. Ou seja, não há esperança de profissionalização e as contas e toda situação do estádio continuam obscuras. Em campo, o time regrediu para os tempos de rebaixamento, e seria rebaixado se não fossem os pontos conquistados por Tite no inicio do campeonato. O que é Muito preocupante. Porém, mais do que isso, o time foi aniquilado por um presidente que vendeu o time inteiro sem planejamento. Vender no Brasil é quase obrigação. Mas pode-se vender com inteligência, e repor as peças certas. Roberto de Andrade vendeu e não repôs a altura, não repôs com jogadores que mantivessem o mesmo estilo de jogo que o time vinha mantendo há 08 anos. Para fechar, Oswaldo de Oliveira é mais do que ultrapassado, e mesmo em seus tempos áureos não tinha um estilo de jogo que o Corinthians vinha tendo como filosofia.

Em linhas gerais. A conta dos abusos de Andres e seus sucessores está chegando e não se vê esperança de ter grupos com renovação. Dentro de campo foi jogado fora um trabalho de 08 anos. O Corinthians, sem dúvida, é a cara do nosso Brasil!!!


domingo, 4 de dezembro de 2016

Senador Cristovam Buarque é o novo presidente da FAP

O Senador da República Cristovam Buarque/PPS, é o novo presidente do Conselho Curador da FAP (Fundação Astrogildo Pereira). A cerimônia da posse aconteceu na Câmara Municipal de São Paulo, no sábado, dia 03, quando também foram empossados o novo Conselho e a nova Diretoria da fundação para o biênio de 2017/2018. O senador Cristovam Buarque vai substituir o historiador Alberto Aggio que, em seu discurso de transmissão do cargo, propôs uma profunda reflexão sobre a crise política brasileira destacando a importância  da Fundação Astrogildo Pereira na busca de novos horizontes para o país.



O jornalista Luiz Carlos Azedo assume como diretor-geral da fundação que terá como presidente de honra o respeitado intelectual Luiz Werneck Vianna - Vianna não pôde comparecer devido a problemas de saúde.

O ex presidente Fernando Henrique Cardoso esteve presente e ocupou a mesa de honra juntamente com o atual Ministro da Cultura Roberto Freire, o senador e atual presidente da FAP Cristovam Buarque, a senadora Marta Suplicy, o Secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo Arnaldo Jardim entre outros respeitados nomes da política brasileira.

Ao assinar o termo de posse, o novo diretor-geral da fundação Luiz Carlos Azedo pediu um minuto de silêncio em memória ao time da Chapecoense e aos jornalistas que morreram na tragédia.  Sobre o país, Azedo salientou o grave problema da alta taxa de desemprego da juventude brasileira sem esquecer de destacar os novos desafios da política mundial como a eleição de Donald Trump nos EUA e a crise migratória na Europa. 

Em seu discurso, o senador Cristovam Buarque coloca uma pergunta de muita reflexão: "e agora esquerda, qual o teu nome?" O senador indaga também sobre o que é ser de esquerda atualmente e qual deve ser o papel da esquerda democrática mediante os novos desafios da sociedade moderna que “mais oferece perguntas do que respostas”. Complementando Azedo, o senador lembrou que a juventude brasileira não está apenas desempregada mas também desencantada. Finalizou dizendo que o papel da FAP deve ser tentar encontrar respostas para todos estes questionamentos e desafios.

A senadora Marta Suplicy reforçou o pensamento dos colegas ao dizer que "a FAP deve ser um farol neste momento de travessia política". E o ministro Roberto Freire enfatizou que "precisamos reabrir o debate sobre o que é ser de esquerda".

Para encerrar a cerimônia foi a vez do ilustre convidado Fernando Henrique Cardoso discursar. O ex presidente e sociólogo, do alto de sua larga experiência  política e profícua atividade intelectual, aprofundou o debate sobre o que é ser de esquerda realçando que as estruturas sociais atuais são muitos diferentes do que aquelas do tempo em que Karl Marx apresentou as primeiras ideias do comunismo, reafirmando a necessidade da esquerda se contextualizar, se adequando à nova realidade política-social. Para finalizar disse que “apesar do momento difícil, devemos ter fé no futuro, afinal conquistas como a solidificação da democracia no Brasil mostram que estamos tendo avanços sociais.” 




A cerimônia, que teve início às 10h30, terminou por volta das 12h com o agradecimento do diretor-geral Luiz Carlos Azedo a todos que estiveram presentes.

terça-feira, 29 de novembro de 2016

A defesa que mudou tudo, tudo mesmo!

Semifinal da Copa Sul Americana, Chapecoense x San Lorenzo na Arena Condá em Chapecó, estádio lotado. A Chape fazia o segundo jogo em casa, jogava pelo empate sem gols. O jogo se arrastou até os 48 minutos do segundo tempo com zero a zero no placar, quando através de uma falta lateral o time do Papa alçou uma bola na área, era o último minuto de jogo, tudo o que acontecesse ali, naquele instante, não teria mais volta. Depois do cruzamento, a bola fica em disputa na pequena área até que a redonda sobra para um jogador argentino que a chuta de forma desesperada, Danilo, goleiro da Chape, num reflexo espetacular a tira em cima da linha decretando assim a classificação inédita da Chapecoense para as finais do campeonato. Era tudo o que o torcedor queria, o Brasil torcia pelo modesto time de Santa Catarina. 



Uma semana depois da classificação inédita, indo jogar a final do campeonato, o avião com toda delegação da Chape, mais jogadores e reconhecidos jornalistas cai na Colômbia por motivos ainda a serem esclarecidos. De inicial, talvez uma pane elétrica. Apenas 6 sobreviventes. Dentre eles 03 jogadores, 01 jornalistas e 02 tripulantes. Danilo o goleiro salvador faleceu, assim como faleceu o ex excelente jogador e atual comentarista da FOX Mario Sérgio. Quanta tristeza, que nó no peito. Times pelo mundo prestaram solidariedade ao time de Chapecó. Final da Copa do Brasil adiada, assim como a rodada final do Brasileiro. O Atlético Nacional, adversário na final, em uma atitude nobre abriu mão do titulo sul americano e o passou para a Chape e declarou em nota: " vinieron por un sueno, parten como leyendas."

Sem dúvida, uma das maiores perdas que o Brasil já sofreu, daquelas que nos deixa perguntando o sentido da existência e porque os bons morrem cedo. Uma perda como a de Senna, como da banda Mamonas Assassinas. Sonhos cortados ao meio. Me pergunto, por que meu Deus? Por que aquela bola no último minuto não entrou? Por que o pé salvador do goleiro? E se a bola tivesse ido mais 05 centímetros para o lado? E se...

O "se" é a linguagem dos sonhos. O "se" não corresponde com a vida de carne osso moldada nas experiências de dores e alegrias. Para o "se" não há angústia, não há arrependimento, porém, também não há glória! A vida é dura, mas somente vence quem enfrenta. Aquiles, herói da mitologia grega, quis a morte para ser eterno. O goleiro Danilo defendeu aquela bola no último minuto e eternizou o time da Chapecoense. Nova lenda nacional! O preço da glória, as vezes, pode ser a morte. Essa é a vida! Descansem em paz!!!

sábado, 26 de novembro de 2016

Fidel Castro morre aos 90 anos

Fidel Castro morreu na noite de ontem aos 90 anos de idade. O líder cubano despertou paixões, principalmente entre os socialistas mais ortodoxos que não reconhecem as mudanças do mundo. Despertou ódio entre aqueles que desconhecem o valor do socialismo para nosso sociedade. Entre os extremos é necessário reconhecer o que foi Fidel sem juízos de valores. Pois, fato é que ele conseguiu manter uma ilha minúscula ao lado do "vulcão" capitalista como um dos únicos países socialistas do mundo até os dias atuais quer queira ou não! Fidel parte deixando uma reflexão que pode ser vista em suas palavras abaixo, ele dizia que fora da revolução não havia direitos, afinal a revolução era tudo. Este é o erro da esquerda radical, pois quem disse que é a revolução é tudo? Nada é tudo, tudo tem um preço, o preço de Fidel foi não permitir a liberdade de pensamento, valeu a pena?



Palavras de Fidel Castro aos intelectuais, junho de 1961:

"Isto significa que dentro da revolução, tudo; contra a revolução, nada. Contra a revolução nada porque a revolução tem também seus direitos e o primeiros direito da revolução é o direito a existir e diante do direito da revolução de existir e diante do direito da revolução de ser e de existir, ninguém. Porque a revolução compreende os interesses do povo, porque a revolução significa os interesses da nação inteira, ninguém pode alegar, com razão, um direito contra ela. Creio que isto é bem claro. Quais são os direitos dos escritores e dos artistas revolucionários ou não revolucionários? Dentro da revolução, tudo; contra a revolução nenhum direito. E isto não seria nenhuma lei de exceção para os artistas e para os escritores. Este é um princípio geral para todos os cidadãos. É um princípio geral da revolução".

Fidel Castro:

Nascimento13 de agosto de 1926, Birán, Cuba
Falecimento25 de novembro de 2016, Santiago de Cuba, Cuba

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

O futebol faz a festa do sul do Brasil

Por Juca Kfouri

Ontem foi dito aqui que a noite da quarta-feira era daquelas para torcedor nenhum botar defeito.
Pois foi mesmo uma noitaça de futebol.
O torcedor do Galo pode não ter gostado, o colorado também não, mas quem gosta de futebol viu um grande jogo no Mineirão.

Tudo azul em Belo Horizonte, numa festa do sul.
O Grêmio pôs o Galo no bolso.
Fez 2 a 0, poderia fazer mais, ficou com 10 jogadores porque seu herói no jogo, Pedro Rocha, autor dos dois gols, quase virou vilão ao ser expulso, viu o Galo fazer 2 a 1, mas, no finzinho, comemorou o 3 a 1 que permite poder perder por um gol de diferença na quarta-feira que vem, em Porto Alegre.
Mas a festa não se resume à parte azul do Rio Grande do Sul.

A verde de Santa Catarina também comemora a ida da Chapecoense à final da Copa Sul-Americana depois que, em jogo tenso, sustentou o 0 a 0 contra o San Lorenzo.
O Papa hoje acordou triste porque o time dele mandou bola na trave, obrigou o goleiro Danilo da Chape a salvar um gol no derradeiro minuto, fez a Arena Condá sofrer, mas não fez o gol que o levaria à decisão.
Hoje à noite saberemos quem será o adversário da Chapecoense na final, se o colombiano Atlético Nacional, atual campeão da Libertadores, ou o paraguaio Cerro Porteño.
O jogo da ida, em Assunção, foi 1 a 1.
A classificação catarinense é uma boa notícia também para a torcida verde do Palmeiras, que enfrentará a Chape no domingo que vem se poupando para o jogo de ida da decisão, já no próximo meio de semana.

Temos um novo nº 1 do mundo. E qual será influência para o tênis?

Por Fernando Meligeni

Ao conquistar o ATP Finals, Andy Murray fechou 2016 como número 1 do mundo.



Nem preciso dizer que foi muito merecido. Jogou um ano absurdo conquistando Grand Slam, Olimpíada, Masters 1.000 e fez um segundo semestre impecável.
Na história do nosso esporte tivemos diferentes líderes. Tivemos os explosivos como McEnroe, os carismáticos como Agassi ou Guga, os polêmicos como o Rios, os que eram tímidos e impressionavam pelo seu tênis como Sampras e dois dos mais incríveis garotos propagandas do tênis, Federer e Nadal. Tivemos muitos outros, cada um com sua característica e importância.
Quando temos um tenista no topo do ranking esperamos que ele traga coisas positivas. A pergunta é: será que Andy Murray vai trazer algo de bom ao esporte sendo o melhor do mundo?
Sinceramente, não sei. Ele não é midiático ou presente nas decisões do dia-a-dia. Se posiciona pouco na imprensa, mas mostra ao mundo do tênis que não se pode rotular um tenista antes do final de sua carreira. Há anos ele é contestado e chamado de bipolar, inconstante ou simplesmente o quarto entre os melhores.
Vamos ter que esperar para ver sua postura. Sempre dizemos que você conhece a pessoa quando ela tem poder ou dinheiro. No caso do britânico, ele tem os dois e a palavra. Vamos ver se ele a usa.