terça-feira, 31 de outubro de 2017

Luiz Carlos Azedo: O tempo ruge

Com 35% de intenções de votos, Lula largou na frente. Colheu os frutos de suas andanças pelo Nordeste e de uma estratégia de enfrentamento da Operação Lava-Jato

O presidente Michel Temer tem ainda 14 meses de mandato; na prática, sua “sombra de poder” pode não passar de seis meses, porque as articulações de 2018 começaram para valer e os políticos começam a se movimentar para decidir o que fazer nas eleições presidenciais. A pesquisa eleitoral do Ibope de domingo mostra, digamos assim, o estado da arte da sucessão presidencial. Com 35% de intenções de votos, Lula largou na frente. Colheu os frutos de suas andanças pelo Nordeste do país e de uma estratégia de enfrentamento da Operação Lava-Jato que busca desqualificar as acusações contra ele.

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

FAP e Verbena Editora lançam O impeachment de Dilma Rousseff – Crônicas de uma queda anunciada, nesta terça (31/10), em Brasília

Livro do jornalista Luiz Carlos Azedo faz uma análise refinada de um dos períodos mais conturbados da história democrática do nosso país
Por Germano Martiniano

Na próxima terça feira (31), a Fundação Astrojildo Pereira (FAP) em parceria com a Verbena Editora farão o lançamento do livro “O impeachment de Dilma Rousseff – Crônicas de uma queda anunciada”, de autoria do jornalista Luiz Carlos Azedo, colunista político dos jornais Correio Braziliense e Estado de Minas. O evento, que acontecerá em Brasília, no restaurante Carpe Diem, SCLS 104, Bloco D, Loja 1, Asa Sul, das 19 às 22h, terá sessão de autógrafos com o autor.
Com longa experiência na cobertura da política nacional na capital federal, o autor, a partir das colunas publicadas nos dois jornais de amplitude nacional, faz uma análise refinada de um dos períodos mais conturbados da história democrática do nosso país. São textos que mostram o desmanche do governo petista, a reação palaciana, as implicações da Operação Lava-Jato no governo petista, os efeitos colaterais da saída de Dilma Rousseff e os novos cenários enfrentados pelo país com o governo Temer.
Segundo Alberto Aggio, historiador e professor titular da UNESP, no prefácio do livro, “as crônicas que o leitor tem em mãos são uma análise refinada, concebida no calor da hora, que faz jus ao melhor do jornalismo político. Reler o impeachment de Dilma Rousseff pelas letras de Azedo ajuda a repensar esse processo tão cheio de controvérsias, mas que está longe de ser algo injusto ou despropositado. O país soube enfrentar aquela situação dramática e o fez democraticamente”.
Em entrevista para o portal da FAP, Luiz Carlos Azedo comentou sobre de onde veio à iniciativa de se fazer o livro, a atual situação de Temer e a expectativa de renovação política para as eleições presidenciais em 2018. Confira, a seguir, trechos da entrevista:
FAP: De onde veio a iniciativa de reunir essas crônicas em um livro?
Azedo: Alguns companheiros, como o Francisco Almeida e o Alberto Aggio, vinham insistindo muito em reunir minhas crônicas e análises políticas num livro sobre o impeachment da Dilma Rousseff. Diziam que eu havia feito uma boa cobertura. Mas demorei pra reunir as colunas, não tinha muita certeza. Depois de uma viagem a Portugal, o Aggio me falou que o livro estava fazendo falta, porque a narrativa do golpe havia colado no exterior e era preciso algo que explicasse o que realmente aconteceu. A Hercídia, esposa do Aggio, se ofereceu para selecionar e organizar os textos, aí o livro saiu.
FAP: No seu livro você conta todas as etapas do processo de impeachment de Dilma. Por que Temer não caiu como a presidente do PT?
Azedo: Temer não caiu porque a ação contra a chapa Dilma-Temer foi empurrada com a barriga e arquivada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Se Dilma fosse presidente ainda, talvez isso não acontecesse com a máxima vênia. O julgamento foi claramente político, a chapa foi absolvida por “excesso de provas”. Na Presidência, Temer demonstrou capacidade de manter um mínimo de apoio no Congresso, ao contrário do que aconteceu com Dilma Rousseff. A votação dessa semana foi o quarto teste de fogo, se considerarmos as votações do impeachment na Câmara e no Senado e a primeira denúncia contra ele. Mas o governo saiu enfraquecido, ele ficou mais desgastado e a sociedade com mais ojeriza à política.
FAP: Mesmo que Temer não caia, hoje ele faz política de sobrevivência. As reformas que o país necessitava ficaram para segundo plano? Será assim até o final de seu mandato em 2018?
Azedo: Há uma necessidade objetiva em relação ás reformas, da Previdência, inclusive. As dificuldades para fazê-las variam de acordo com o grau de interesses contrariados dos estamentos superiores da sociedade, principalmente das corporações do chamado “poder instalado” e da elite política. Reformas que atingem de forma generalizada o povão são mais fáceis de serem aprovadas, porque não existe um loby concentrado no Congresso contra elas. Por exemplo, que as políticas públicas de saúde e a educação sofrem diversos lobbies, os mais fortes são das empresas de seguro, laboratórios, de um lado, grandes redes de ensino e grandes editoras, de outro; quem depende na educação e da saúde pública, porém, não têm meios de defender seus interesses no Congresso com a mesma eficiência. É preciso que partidos comprometidos com o bem comum, como o PPS, o façam. Quanto mais concentrado o interesse, mais eficiente é o lobby; quando mais difuso, mas difícil defendê-los. Veja a eficiência dos ruralistas e da bancada da bala! 
FAP: Você acredita que para 2018 poderemos ter algum nome, de fato, que realize as mudanças que o Brasil necessita?
Azedo: Lula e Bolsonaro exploram o metro recíproco da sociedade, é quase uma estratégia combinada, boa para ambos chegarem ao segundo turno. Mas não acho que isso vá acontecer. O medo de retrocesso, seja em relação ao populismo, seja em relação à democracia, predominará. O problema é que ambos estão se fortalecendo à sombra das denúncias contra o governo Temer e o envolvimento de seus principais integrantes em escândalos, inclusive o próprio presidente. A grande ironia é que a antiga oposição, que agora faz parte do sistema de poder instalado a partir do Palácio do Planalto, não somente perdeu o discurso da ética, como se coloca agora contra a Lava-jato, o que é um desastre. Por essa razão, o nome capaz de criar um novo polo e rearticular o chamado centro democrático precisa ter mais identidade com os anseios da sociedade, ou, se articular coma a oposição que permaneceu nas redes sociais e não foi cooptada pelas estruturas viciadas de poder. Essa é minha opinião, por isso acho mais inteligente o PPS lançar a candidatura de Cristovam e buscar essa interlocução do que ficar defendendo um governo que se esgotou e está com a sobrevivência garantida até as eleições, apesar da impopularidade. No mínimo, qualificará o debate e criará um campo de atração para pessoas que desejam participar da política e renová-la num partido sério, que passou por todas as situações que o país já viveu, desde a República Velha e que não se furtou a enfrentar os novos desafios do mundo, tanto que mudou de nome e abandonou a foice e o martelo.  Não haverá impeachment, nem golpe militar, por uma razão muito simples: a economia está melhorando e as eleições estão logo ali. Mas não devemos subestimar a crise ética, o governo Temer não vai se tornar popular, vai se arrastar até a posse do novo presidente eleito.
Informações do evento:

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Alberto Aggio: A grande transformação

O que está em curso afeta por inteiro a humanidade. É um processo imparável
                                

Estado de São Paulo
São raros os momentos na História em que as sensações parecem coincidir com a realidade. Talvez estejamos vivenciando precisamente um desses momentos. A sensação de que a realidade é movediça não é autoengano. Além da velocidade, o que nos impacta é a instantaneidade. A impressão é de que vivemos uma sequência de flashes que sintetiza um mundo que muda a cada respiro. A realidade técnica faculta-nos a possibilidade, antes restrita, de capturar e compor, de alguma maneira, o fruir desta “vida instantânea”.

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

"Feliz Ano Velho" - Feliz de quem o lê

Acabei de terminar a leitura do livro Feliz Ano Velho, de Marcelo Rubens Paiva, que conta no livro o acidente que sofreu e o deixou na cadeira de rodas com apenas 20 anos de idade.



Marcelo pulou em um lago sem antes medir a fundura do mesmo e acabou por bater a cabeça em uma pedra. O livro relata desde o acidente, todo o período hospitalizado, até a fase de reabilitação do autor, que inclui, principalmente, aceitar tal fato em sua vida.

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

O que muda nas eleições de 2018 com a reforma política sancionada por Temer

Entre as regras sancionadas pelo presidente Michel Temer, estão a criação de um fundo eleitoral e o estabelecimento de um teto de gastos para campanhas




Os deputados e senadores aprovaram, no fim do prazo estabelecido pela lei eleitoral, a reforma política. As novas regras foram sancionadas pelo presidente Michel Temer e algumas já passarão a valer durante as eleições de 2018. Entre as mudanças, está a criação de um fundo com recursos públicos para financiar as campanhas e compensar o fim das doações de empresas, proibidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Também foi adotada uma cláusula de desempenho para os partidos, o fim de coligações partidárias a partir de 2020 e a determinação de um teto de gastos para as candidaturas. Ao sancionar a reforma política , o Temer vetou a proposta que determinava que páginas na internet suspendessem, em no máximo 24 horas, sem a necessidade de decisão judicial, a publicação de conteúdos denunciados.


O texto previa a retirada de notícias consideradas "discurso de ódio, disseminação de informações falsas ou ofensas em desfavor de partido ou candidato". A proposta  recebeu críticas de parlamentares e de diversas entidades do setor de comunicação. Confira as principais mudanças válidas a partir das eleições de 2018:

Cláusula de desempenho

Até as últimas eleições, todos os partidos recebiam uma parcela do fundo partidário . O tempo de propaganda em emissoras de televisão e rádio era calculado de acordo com o tamanho da bancada da legenda na Câmara dos Deputados. Com a mudança, as legendas precisam atingir um desempenho eleitoral mínimo para ter direito ao tempo de propaganda e acesso ao fundo partidário. 


Para 2018. os partidos terão que alcançar ao menos 1,5% dos votos válidos, distribuídos em, no mínimo, nove estados, com ao menos 1% dos votos em cada um deles. Como alternativa, as siglas devem eleger ao menos nove deputados, distribuídos em, no mínimo, um terço das unidades da Federação. As exigências aumentarão de forma gradativa até 2030.

Fundo eleitoral


O fundo foi uma das criações da reforma política aprovada por deputados e senadores. Até o momento, partidos e candidatos recebiam doações somente de pessoas físicas e não havia verba pública destinada diretamente às campanhas eleitorais. Agora, foi criado um fundo com dinheiro público para financiamento de campanhas eleitorais. Estimado em R$ 1,7 bilhão, o fundo terá a seguinte distribuição:

2% igualmente entre todos os partidos;
35% entre os partidos com ao menos um deputado na Câmara;
48% entre partidos na proporção do número de deputados na Câmara em 28 de agosto de 2017;
15% entre os partidos na proporção do número de senadores em 28 de agosto de 2017.

Arrecadação



Os candidatos só eram autorizados a iniciar a arrecadação em agosto do ano da eleição, mas o acesso ao dinheiro estava condicionado ao registro da candidatura. Com a mudança, os candidatos terão a opção de arrecadar recursos em campanhas online ( crowdfunding ) a partir de 15 de maio do ano eleitoral. Além disso, os partidos podem vender bens e serviços e promover eventos de arrecadação. Empresas estão proibidas de financiar candidatos .

Limite para doações

O limite para doações foi um dos pontos discutidos, mas, na prática, não foi alterado. Antes da reforma, as pessoas físicas eram permitidas a doar 10% do rendimento bruto declarado no ano anterior à eleição. O item não foi alterado, pois o presidente Michel Temer vetou o estabelecimento de um teto de 10 salários mínimos.

Limite para gastos

A lei eleitoral não previa nenhum limite para as campanhas. Agora, haverá tetos com valores distintos de acordo com o cargo que o candidato almeja. Para candidatos a deputados estaduais (ou distritais, válido para o Distrito Federal), o limite foi fixado em R$ 1 milhão. As campanhas para deputado federal não poderão gastar mais que R$ 2,5 milhões.

Os candidatos a senadores poderão gastar entre R$ 2,5 milhões e R$ 5,6 milhões, dependendo do número de eleitores de seu estado. As campanhas para governador poderão ter despesas de R$ 2,8 milhões a R$ 21 milhões, de acordo com o número de eleitores do estado. Já as campanhas para presidente terão limite de R$ 70 milhões no primeiro turno. Para o segundo turno, ficou estabelecido um teto da metade desse valor.

Debates

Alvo de diversas críticas de partidos menores, a exigência do convite a candidatos a debates de televisão e rádio foi alterada. Antes, as emissoras só eram obrigadas a convidar nomes dos partidos com mais de nove cadeiras na Câmara dos Deputados. Agora, o número foi reduzido para cinco.

Voto impresso


Até as últimas eleições, não havia nenhuma comprovação para os eleitores. O voto ficava registrado somente nas urnas eletrônicas. Para as eleições de 2018, o voto deverá ser impresso . O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no entanto, já adiantou que não terá orçamento para implementar a medida em todo o Brasil no próximo ano.

* Com informações da Agência Brasil.

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Semana de Proteção e Defesa Animal - Compareçam!


Social-democracia perde terreno em toda a Europa

Portugal é a exceção em um declínio causado pela austeridade e o populismo

Lucía Abellán



A social-democracia se desvanece em toda a Europa. As políticas de austeridade que aplicaram – também – os Governos socialistas e a irrupção de opções populistas no mapa político afastaram o eleitor da esquerda moderada. Somente Portugal parece escapar dessa maldição, que em poucos anos derrubou os socialistas do poder nos principais países da UE. Para se recuperar, esses partidos da esquerda tentam um difícil equilíbrio que os permita abandonar a terra de ninguém em que vivem. Consiste em se distanciar das políticas conservadoras sem cair na retórica antissistema.