Nota de Alberto Aggio, historiador, sobre a morte de Marielle Franco, vereadora do RJ, assassinada na última quarta-feira (14).
Após a comoção que gerou o assassinato dessa brava brasileira, uma democrata eleita na cidade do Rio de Janeiro, com mais de 40 mil votos e que exercia com dignidade sua representação, não podemos ceder á retórica fácil que já começa a aparecer aqui e acolá, e que nasce quer do emocionalismo, quer do maximalismo de setores que raramente defenderam a democracia. A direita que apoia Bolsonaro - que se registre - se manifestou como era esperado: de forma boçal, quando não pelo silencio do seu representante maior. A esquerda democrática se manifestou, da mesma forma que o conjunto da cidadania, lamentando profundamente a violência que se abateu contra a vereadora do Psol, pedido apuração imediata e justiça. Agora, há uma esquerda que visa escapar do ostracismo que se manifesta de forma paradoxal: ao invés de valorizar a Republica e suas instituições, incide mais ainda no embate e no isolamento: o grito de "Fora Temer" e "Fim da PM" já reaparece; as vaias aos representantes das instituições política, voltam a estar presentes, como antes, como sempre. É uma esquerda desorientada: ao invés de juntar apoios, os afasta; e nessa hora em que um dos seus é golpeado de forma fatal. O lamentável, portanto, é que essa esquerda continua no mesmo lugar. Pior, não honra a sua brava representante: chama para a briga aqueles que, democraticamente, se colocaram contra essa barbárie. Que descanse em paz, Marielle, a despeito dos seus antigos parceiros, que não fazem jus ao seu legado de grande batalhadora democrática, representando os mais pobres e humildes. Continuaremos aqui, resistindo em nome da democracia e de uma sociedade mais justa e buscando o apoio de todos aqueles que querem o mesmo.
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